Ver seu sorriso sincero e a alegria do seu corpo se movimentando para lá e para cá me faz esquecer qualquer pesar ou cansaço. O amor incondicional de um cachorro conforta qualquer coração já um tanto amolecido por natureza.
Hoje era o dia dela, minha lindinha Peteca. Aliás, nosso, só nosso. Dia de sair por aí a encontrar o que vier pelo caminho, respirar os ares das ruas, admirar as antigas árvores da praça e correr como duas crianças inocentes.
Até parece que o tempo se esqueceu de passar. Pouco importa o tempo. O momento é maior que qualquer minuto contado no relógio. Simples, mas um dos melhores. Ela que não entende o que eu digo, mas compreende o que eu sinto como ninguém. Quando me vê triste, logo se joga com toda a sua graça e espontaneidade no meu colo, como quem diz "Ei, fique feliz! Eu estou aqui! Eu amo você!"
Ah se todas as relações fossem assim tão puras e verdadeiras! Não teríamos tantos poemas tristes. Veríamos as folhas caírem como uma brincadeira de outono. Sorriríamos para as pessoas, mesmo sem conhecê-las. Dormiríamos com a certeza de ter feito alguém feliz, e sonharíamos com passeios pela praça, sem precisar de contos de fadas. Só das mais simples e belas realidades.
Míriam Bonora
2 de maio de 2011