Anderson Teixeira
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Quantas vezes nos deparamos com
pessoas (ou às vezes nós mesmos) comparando aspectos de sua vida pessoal,
profissional ou afetiva com aquele amigo, vizinho ou parente? A amiga que tem
um namorado muito mais romântico, o vizinho que tem uma casa maior e mais
confortável, o primo que tem o emprego dos sonhos. Com isso uma pergunta surge:
por que ele e não eu?
Algumas pessoas poderiam atribuir
essa atitude de se comparar com o outro apenas como inveja, mas acredito que a
questão vai muito além disso. A primeira coisa que me faz pensar isso é o fato
de que estamos constantemente procurando referenciais pelo mundo afora, sobre o
que é certo ou errado, bom ou ruim, sucesso ou fracasso. A sociedade costuma
ditar quais referenciais devem ser buscados durante a vida, no entanto, como
indivíduos com características muito diferentes, nossa subjetividade vai
determinar em quais aspectos nos encaixaremos.
Outro fator que é importante pensarmos
é o de que por mais próximos que sejamos de alguém, nunca conheceremos
plenamente sua vida ou os seus pensamentos. Aquela pessoa que apresenta um
sorriso largo pode esconder uma grande angústia dentro do peito, pois, muitas
vezes, só externamos aquilo que queremos que as pessoas vejam.
Quem sabe o namorado daquela amiga
seja romântico apenas quando estão em companhia de outras pessoas, mas quando
estão a sós seja uma pessoa totalmente diferente; ou o vizinho que tem uma casa
maior, mas que tem que trabalhar até tarde todos os dias para quitar um
financiamento e mal consegue aproveitar todo aquele conforto; e o primo que tem
o emprego dos sonhos aos olhos dos outros, mas que nunca pôde fazer aquilo que
realmente quis fazer.
Não quero que quem esteja lendo este
texto passe a pensar que todo mundo no fundo é frustrado com sua vida, pelo
contrário, quero que as pessoas possam criar perspectivas de vida fundamentadas
em coisas reais. E o que seria mais real do que os nossos próprios desejos e
vontades? Ninguém os conhece melhor do que nós mesmos.
Ao invés de tentar entender e imitar
a felicidade do outro, procure se conhecer e não ter preconceito contra você
mesmo, caso se descubra tão diferente da maioria. Não espere construir toda uma
vida que seria ideal para outra pessoa e não pra você. Então se permita ser
feliz do seu jeito!
Por Anderson Teixeira