quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Será que o gramado do vizinho é sempre mais verde mesmo?


Anderson Teixeira
Quantas vezes nos deparamos com pessoas (ou às vezes nós mesmos) comparando aspectos de sua vida pessoal, profissional ou afetiva com aquele amigo, vizinho ou parente? A amiga que tem um namorado muito mais romântico, o vizinho que tem uma casa maior e mais confortável, o primo que tem o emprego dos sonhos. Com isso uma pergunta surge: por que ele e não eu?
Algumas pessoas poderiam atribuir essa atitude de se comparar com o outro apenas como inveja, mas acredito que a questão vai muito além disso. A primeira coisa que me faz pensar isso é o fato de que estamos constantemente procurando referenciais pelo mundo afora, sobre o que é certo ou errado, bom ou ruim, sucesso ou fracasso. A sociedade costuma ditar quais referenciais devem ser buscados durante a vida, no entanto, como indivíduos com características muito diferentes, nossa subjetividade vai determinar em quais aspectos nos encaixaremos.
Outro fator que é importante pensarmos é o de que por mais próximos que sejamos de alguém, nunca conheceremos plenamente sua vida ou os seus pensamentos. Aquela pessoa que apresenta um sorriso largo pode esconder uma grande angústia dentro do peito, pois, muitas vezes, só externamos aquilo que queremos que as pessoas vejam.
Quem sabe o namorado daquela amiga seja romântico apenas quando estão em companhia de outras pessoas, mas quando estão a sós seja uma pessoa totalmente diferente; ou o vizinho que tem uma casa maior, mas que tem que trabalhar até tarde todos os dias para quitar um financiamento e mal consegue aproveitar todo aquele conforto; e o primo que tem o emprego dos sonhos aos olhos dos outros, mas que nunca pôde fazer aquilo que realmente quis fazer.
Não quero que quem esteja lendo este texto passe a pensar que todo mundo no fundo é frustrado com sua vida, pelo contrário, quero que as pessoas possam criar perspectivas de vida fundamentadas em coisas reais. E o que seria mais real do que os nossos próprios desejos e vontades? Ninguém os conhece melhor do que nós mesmos.
Ao invés de tentar entender e imitar a felicidade do outro, procure se conhecer e não ter preconceito contra você mesmo, caso se descubra tão diferente da maioria. Não espere construir toda uma vida que seria ideal para outra pessoa e não pra você. Então se permita ser feliz do seu jeito!

Por Anderson Teixeira

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Mudanças

"Clocks" - Marion Chapman (Sydney -Austrália)

A vida é uma constante mudança! Às vezes não se percebem o rumo e os novos caminhos que esse mistério chamado vida está nos apresentando. Pode ser um momento de cegueira onde o que de fato é importante foi esquecido em um canto da sala e as prioridades agora são outras.

Fala-se muito em passado, presente e futuro. Mede-se a vida a partir de algo que já passou e não pode ser mudado.

Muitos acham que o passado é uma lição para se viver melhor e o presente é o momento de se preparar para o futuro. Eu não sei como medir esses “tempos” da vida, mas gosto de uma frase de Caio Fernando Abreu, em que ele diz “Meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama”. Sim, ela chama.

O dia a dia acontece sem que tenhamos controle. Não somos objetos que podem ser controlados de acordo com a vontade racional, já que uma parte da construção humana se baseia em sentimentos.

Existem diversas relações que compõe a vida, como a família, o trabalho, os amigos, colegas, vizinhos, enfim, todas as relações que estabelecemos e fazem parte do contexto social em que vivemos. Não é possível agir racionalmente e nem emocionalmente em todas elas.

E em dados momentos a vida exige mudanças, e a principal é o comportamento e forma como está tocando a sua vida. É complicado aceitar quando chegamos a um momento da vida em que mudar é essencial, torna-se necessário buscar um novo norte, estabelecer novas metas e prioridades.

Cheguei a esse momento, reconheço sua necessidade e como o reflexo dessa mudança tem influência sobre o presente, mas principalmente sobre o futuro. A vida é uma escolha constante e hoje eu escolhi rever minhas atitudes, analisar o que precisa ser mudado, o que precisa ser deixado para trás e o que preciso buscar.

Chegou a hora de respirar fundo e enfrentar um novo caminho, onde desafios devem ser encarados de frente. Chegou a hora de mudar!

Por Marcela Rodrigues

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Valeu 2012!


"Dreaming of Paradise"  - S. R. Hobson (Atlanta/USA)
Se há uma palavra que combina muito com o ano de 2012 é aprendizado, muito aprendizado.

Aprender sobre si mesmo, sobre conviver com novas pessoas, novas tarefas, novas técnicas, novos sonhos.

E nesse ano em que o crescimento veio de diversas formas, a melhor delas com certeza foi ao lado de pessoas mais que especiais, que em tão pouco tempo ganharam um lugar no meu coração...

...que tiveram paciência para ensinar, humildade para pedir ajuda, sinceridade para dar conselhos e lealdade ao compartilhar alegrias e decepções.

E junto de muitos deles, foi um período de aproveitar oportunidades para conquistar pequenas grandes vitórias e deixar marcas positivas pelo caminho.

Foi um ano para aprender mais sobre bebês, já que alguns amigos tiveram a felicidade de oferecer um lar e muito amor a novas vidinhas lindas (não é mesmo Leila e Gustavo, Thiago e Cíntia, Rodrigo e Thamara?).

Um ano que teve boas surpresas, uma delas bem no final para fechar com laço de ouro, muitos centímetros de altura e sorriso no coração.

Um ciclo para consolidar o que é verdadeiro, útil, amável e justo; e para deixar pra trás o que não serve mais. Para aprender com exemplos de como se fazer bem e ser melhor, e com outros de como nunca fazer ou agir.

Do meu 2012, guardo lembranças especiais, agradeço os desafios que me fizeram crescer e levo para 2013 pessoas, conhecimentos e sonhos que fazem valer cada segundo.

Por Míriam Bonora

O Potinho está de volta!


Há quase dois anos este blog surgiu como um espaço para se compartilhar histórias que tocam lá no fundo o coração. Momentos que emocionam e marcam pela sutileza e verdade do sentimento. Aprendizados que merecem ser partilhados e multiplicados.

Cada frase contida nesta verdadeira caixinha de emoções traz consigo um palpitar, um brilho nos olhos, uma saudade, um aprendizado, uma vontade.
Depois de algum tempo de silêncio, que apesar de invisível, não é vazio, esse desejo de espalhar as mais diferentes manifestações do amor reacendeu. Amor pelas pessoas, pelos sonhos, pelas conquistas, por si mesmo, pela vida.
E este é um presente para cada uma de nós. Presente que nos faz tão bem e que queremos, de todo o coração, que seja um afago na alma de quem mais nos visitar.
Este espaço é de todos que acreditam na força do sentimento bom e sincero, e está de braços abertos para novos autores, novas expressões e sentimentos.

         Sejam bem-vindos de volta! 
"Reflections" - Angie Mapura (Chicago/USA)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Amigo

Hoje um amigo de muitos anos inicia um caminho diferente, cheio de novidades, novas responsabilidades e desafios. E nesses momentos de mudança a gente volta o olhar para o que construiu e lembra dos bons momentos que viveu, que é para eles ficarem mais nítidos na memória. 

Isso para a saudade ficar um pouco menor e para termos certeza de que distância alguma separa o que é verdadeiro. E eu sei que, aqui, escrevo por uma galera que se ama muito e está sempre junto, seja o que for.

Eu me lembro de 15 anos atrás, quando nossos olhos deslumbrados, com um toque de alegria e hesitação, se encontraram naquela escola que abrigaria muitas risadas, conversas e o amadurecer de uma amizade forte e duradoura. 

Sentimento que nos reúne mesmo depois de tanto tempo, mesmo sem o convívio diário que antes nos era tão comum, mesmo depois de termos todos seguido caminhos diferentes...

E eu sei que ele também sente assim em relação a nós.

E como esquecer de quando ele e o Diego nos faziam chorar de tanto rir na sala de aula? Da ajuda sempre prestativa e cheia de paciência nas aulas de matemática, física, química... Dos cachinhos castanhos na oitava série...

Do amigo que ficava no gol quando jogávamos handball e tinha a maior paciência para jogar na linha com a gente para que melhorássemos no futebol, mesmo que não adiantasse muito, rs.

Da bagunça no camping, nas baladas, nos churrascos de fim de semana, nos aniversários...

De quando pegamos um dia de sol e três de chuva na virada do ano, mais congestionamento, carro que não dava mais partida, socorro que não chegava...

Das conversas sobre a vida no barzinho, no terminal, na sucaria, na casa de alguém, no telefone, na internet...

Tudo isso que vai estreitando os laços dessa turma que está sempre por perto, mesmo que distante fisicamente, me faz ter a certeza de que cada um pode estar num planeta diferente, mas que mesmo assim estaremos um do lado do outro.

E nessa nova etapa da vida do Gu, sei que ele terá sempre um pouquinho de cada um de nós com ele, e haverá um pouco dele com a gente. Sempre.

Por Míriam Bonora

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Êxtase de Alegria

Faz um bom tempo que falei dele pela primeira vez para ela, naquela aconchegante cozinha apertada, em volta daquela mesa cheia de delícias que sempre inspira conversas madrugada adentro, na casa de nossa amiga.
Ele, meu irmão, não sangue, mas de consideração, de fé e de carinho. Menino lindo, cheiroso, bom, puro, gente boa que só. Fiz a propaganda, mas ela, que comigo constrói história desde bem meninas, não quis muito acreditar.
Desisti do sonho, apesar dele ter me confessado que era encantado por ela. Ah, eu sabia! Percebia a cada vez que o observava... a observando. Mas não podia fazer nada.
O mundo deu voltas e mais voltas e mais voltas.
Viraram bons amigos. E, quando eu pensei que já não havia mais nada, ele viaja. E ela? Sente saudades! Algo de diferente estava acontecendo em ambas as partes, enfim!

Sem pressa, muitas conversas. E orações. Mais conversas...
Aí, em um fim de domingo desses, a grande notícia: sim, sim, sim! Sinos estão tocando, cores estão mais vivas, bem-te-vis cantando mais alto, purpurinas voam pelo ar!
O primeiro namoro da vida dela. O primeiro namoro da vida dele.
O primeiro, não porque, antes dessa, tiveram apenas relações sem seriedade. Não! Nem com, nem sem compromisso.
Eles são dois daqueles corajosos românticos que decidiram esperar pro algo que valesse a pena.
O êxtase de alegria é meu.
Tem coisa mais gostosa que ver dois amigos seus, duas pessoas que você ama de paixão, aos quais você considera como irmãos, se unirem em amor?
Não, não há! ... Ainda estou no céu com eles.
É alegria tanta, tanta, tanta!, que a gente até esquece de desejar que sejam felizes. Na verdade, penso que, na minha felicidade pela união desses dois, essa vontade já está implícita, em cada sorriso que dou, a cada vez que lembro que eles estão juntos!
Notícia que me fez perder as estribeiras. Tenho vontade de sair lá fora, na rua de casa onde ninguém os conhece, e gritar que estão namorando!
Acho que nem por mim eu ficaria tão feliz...
Sim, isto é como um eclipse!

Por Isabella 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sintonia!

Uma rápida corrida de olhares, que se encontravam, todas as vezes, tão alegres com a coincidência que causavam brilhos nas íris, sorrisos nos cantos das bocas...

Era sempre assim quando a professora informava: trabalho em dupla!

Ele se sentava na fileira ao lado.

Melhor amigo, primeira paixão – daquela platônica, ingênua, mas igualmente intensa.

Depois, perdemos o contato.

Mas esses momentos, de olhares cruzados, nunca sairão da memória...

Fechávamos ali. Estávamos comprometidos naquela troca. Se alguém viesse com proposta, recusávamos. Nada como o prazer de estarmos juntos.

Tão inocente e gostosa reciprocidade...

Lembro bem de um trabalho desses, em dupla. Fotografias no zoológico.
Incrível como a memória grava com nitidez o que o coração gosta de viver.

Confesso que nem existe saudade.

É apenas boa e pura lembrança...

Por Isabella