quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Estrela Intensa

Escrever sobre ela é deixar meu coração transbordar paixão. Sim, paixão!

Da mesma idade que eu, do mesmo mês que eu, tão diferentes e tão iguais. Muito mais que amigas ou irmãs pelos laços que a fé e a convivência tecem, somos parte uma da outra. Chego a crer que há uma espécie de atração mútua entre nós, de alma e pele.

Não vamos além disso, mas quem quer mais? Somos o tudo, o completo, o inteiro!

Ela me dá a sensação mais maravilhosa do mundo: sentir-me amada da mesma maneira, com a mesma intensidade, força e verdade com a qual a amo. Queremos morar juntas – eu, ela e uma amiga em comum, se um dia chegarmos a ser velhinhas viúvas, que da vida não têm mais nada a esperar.

E eu poderia chamar de amizade. Poderia chamar de amor. Mas chamo de paixão para tentar – ao menos tentar – transmitir um pouco do quanto por ela o meu sentimento é forte, talvez mais até mesmo do que a raiz plantada, cuidada e solidificada por nós: nosso relacionamento.

Demorou para entender que a palavra paixão poderia excluir a ideia de desejo sexual. E não houve felicidade maior do que quando, pouco me importando com as interpretações alheias, resolvi dizer para quem quisesse: sim, eu sou apaixonada por essa menina! Sem razões, embora eu pudesse fazer uma lista.

Quando ela chora, dói lá no fundo da alma. Quando ela ri, eu me alegro. Compartilhar momentos com ela é sempre prazer. Temos colo, cafuné e liberdade para falar o que quiser.

Lembro de tantos episódios que poderiam ser eternizados como aquele “perfeito para guardar num potinho”... Boas gargalhadas e profundas dores que vivenciamos, celebramos ou nos ajudamos a superar... Mas entendo que a melhor das nossas histórias é a de hoje: continuamos a viver esse amor, essa amizade, essa paixão; ventos sopraram, tempestades caíram e estamos mais fortes, mais vivas, mais unidas, ainda que o convívio já não seja diário, peça do destino inevitável, praga da vida que é linda, mas tem seus dissabores...

Tem dia que acordo pensando: daria tudo para ter que ter acordado às 5h30min da manhã, colocado o uniforme, sina de ensino médio, só para, ainda frio o sol, encontrá-la, abraçá-la, desabafar e rir ao seu lado, sabendo que no dia seguinte assim também seria.

Mas a distância física já não assusta. Por inúmeras vezes choramos de medo, mas aprendemos: amor aproxima bem mais que rotina. Estamos prendidas. Não é de encher um potinho inteiro?

Saboreio suas lágrimas, pois amo o sal que lembra a cura; suas risadas me fazem leve e seu olhar, tão terno e brilhante, é para mim farol, bálsamo e confirmação, certeza de sintonia.

Só por encanto, canção e poesia que a vida dela é ao meu coração, sou mais feliz.

Eu a chamo de estrela intensa!

“deixa eu dizer que te amo / [...] Isso me acalma, me acolhe a alma / Isso me ajuda a viver”

Ela costumava cantar (bela, doce e adolescente).


(Meu amor, este texto está escrito há tanto tempo... Estava esperando o momento certo de publicar. Acredito que este momento é hoje. Agora.)

Isabella

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