Canção
Eu já tinha passado dos dezoito quando me vi nos colos dele de novo, em plena madrugada. Meu corpo pedia socorro, afinal, tanto enjôo e mal estar deviam significar algo. Sem poder fazer mais nada, a não ser me amparar e aguardar tudo aquilo ter um fim, usou a velha tática dos tempos em que eu era criança.
Cantou:
“O dodói já passou, já passou o dodói, o dodói já foi embora, foi embora, pra bem longe daqui, pra bem longe daqui. O dodói já não dói mais, já não dói mais, porque pra longe ele foi...”.
A canção, na infância, parecia ter efeito melhor que de remédios. Naquela madrugada, não curou meu estado doentio, mas calou lá no fundo da alma uma calma tão grande que chegou a funcionar como anestesia...
Obrigada, pai, pela canção.
Pela dedicação de sempre...
E por aquela madrugada em claro.
Isabella
Nenhum comentário:
Postar um comentário